O empate por 2 a 2 com o Juventude, nesta terça-feira, em Caxias do Sul, representou bem o saldo do jogo para o Corinthians: o técnico Vitor Pereira conseguiu se aproximar de cumprir sua meta de poupar e preservar titulares antes da primeira final da Copa do Brasil, mas viu uma atuação bem abaixo da média e falhas de alguns reservas tirarem a vitória alvinegra em Caxias do Sul.
Por um lado, Yuri Alberto fez mais um gol e mostrou que precisa de poucas chances para balançar as redes na boa fase que vive. Róger Guedes e Renato Augusto atuaram no primeiro tempo e foram poupados no segundo, enquanto Fagner fez o caminho inverso. Giuliano mostrou boa presença de área.
Por outro, porém, erros individuais comprometedores mostraram que nem todos os jogadores à disposição no banco de reservas vão entrar no mesmo nível de atuação, que haverá oscilações quando se mexe na estrutura do time e que poupar, resumidamente, tem seu preço.
Com o resultado, o Corinthians chegou aos 51 pontos e se manteve no G-4, mas pode perder essa condição se o Flamengo, justamente o rival das finais da Copa do Brasil, vencer o Internacional na noite desta quarta-feira, em casa.
2/3: meta vai se cumprindo
Falta apenas um jogo de Brasileirão para Vitor Pereira poder, enfim, pensar apenas na primeira final da Copa do Brasil. Nesta caminhada, mais precisamente desde antes do jogo contra o Cuiabá, no último sábado, o técnico havia proposto usar time misto e descansar alguns titulares pouco a pouco.
E assim, a meta vai se cumprindo. Balbuena sequer foi ao Alfredo Jaconi mesmo tendo viajado com a delegação e Fagner, por exemplo, começou no banco de reservas. Yuri Alberto, Róger Guedes e Renato Augusto, todos substituídos contra o Cuiabá, começaram jogando.
Porém, no intervalo, Guedes e Renato já foram para o banco. Com a suspensão de Fausto, Giuliano ganhou chance no meio-campo e fez jus à vaga marcando o gol ainda no primeiro tempo. Metas do técnico que aos poucos vão se cumprindo antes da decisão.
O problema é que mexer no time também gerou espaços, erros e gol… Do rival!
Morno, morno…
Embora já praticamente rebaixado à Série B de 2023, o Juventude deu trabalho ao Corinthians na etapa inicial. Conseguiu por vezes chegar bem ao ataque e teve possibilidades de finalização, incluindo uma bola de Rafinha que acertou a trave de Cássio. Coube ao Timão se defender com uma linha de zaga bastante mexida.
Do meio para frente, a equipe demorou a engrenar e pouco transformou em chances a empolgação de sua torcida na arquibancada diante do frio de Caxias do Sul. Lento na transição, o time sofreu para achar espaços e deixou o técnico português bastante insatisfeito em vários momentos.
Escalado na lateral, Fábio Santos encontrou bom cruzamento para a defesa do Juventude desviar, Gustavo Mosquito bater de canela e a bola sobrar para Giuliano. Não por sorte, mas por insistência, pois o veterano ala chegou numerosas vezes à linha de fundo.
Desmoronou
Na impulsividade de Raul Gustavo, o Corinthians se complicou. Logo no início do segundo tempo, um erro bobo de passe do zagueiro custou caro. O Juventude, com o placar empatado, partiu ainda mais para cima do Timão e os primeiros minutos foram de desordem assustadora na zaga alvinegra.
Minutos mais tarde, seria a vez de Gustavo Mosquito influenciar diretamente no resultado ao tentar um drible mal executado dentro da área e acabar observando sentado o gol do Juventude. Displicente, o Corinthians não fez jus à arquibancada em Caxias do Sul.
O Corinthians ainda poderia ter levado a virada em um contra-ataque de três jogadores contra um, que só não virou gol por causa da limitação técnica do rival.
O ponto alto fica na conta de Yuri Alberto, que não fez grande jogo, mas mostrou seu poder de decisão ao aproveitar um dos poucos momentos em que esteve com a bola nos pés para chutar de fora da área e marcar a favor do Timão. É dele a responsabilidade de fazer a diferença nas finais.