A decepção estava estampada no rosto do técnico do Corinthians, Vítor Pereira, depois do empate por 0 x 0 contra o Goiás e do gol anulado de Yuri Alberto. A olho nu, o gol é legal. Se fosse no Campeonato Inglês, a sobreposição das linhas apareceria na tela e o gol seria validado. A Premier League causa espanto em árbitros e analistas de arbitragem no Brasil justamente por preferir o jogo como sempre foi. A tecnologia deve auxiliar, não se tornar o foco das decisões de gols, pênaltis e expulsões.
Então, Vítor Pereira deixou claro que os erros atuais estão além do que jamais imaginou: “Se eu falasse o que me vem na alma, tenho certeza que viriam com um processo em cima e eu ficaria fora, ia prejudicar jogadores e clube. Achei que já tinha visto tudo, não vi. O que tenho visto nesta fase final do Brasileiro vai além do que um dia imaginei. Não há uma rodada em que não aconteçam erros graves de arbitragem, ou dos próprios árbitros ou dos senhores do futebol, que são os senhores do VAR, eles que decidem. Não posso dizer mais nada.”
Está claro que Vítor Pereira decidirá se permanecerá ou não no Corinthians de acordo com o que decidir no âmbito familiar e do que a direção corintiana conseguiu mostrar sobre sua importância para o futuro. O melhor para o Parque São Jorge é que Pereira permaneça.
Mas a imagem do futebol brasileiro, por seu relato de sábado à noite, piorou. Ele não está satisfeito com o que vê, com o que assiste, seja nos jogos do Corinthians, seja em outras partidas. Quando diz que há erros em todas as rodadas, obviamente viu o que houve em Flamengo x Santos, soma ao que houve em Goiás x Corinthians, pondera o que há em jogos de todos os clubes.
Não é o aspecto principal para sua decisão. Claro que não. Mas você trabalharia num local onde não acredita na competência de seus chefes e colegas?
Todo mundo quer trabalhar onde vê o trabalho progredir.