A Copa do Mundo 2022 chegou ao final com a conquista do Tricampeonato pela Seleção da Argentina. Em um jogo eletrizante a Argentina derrotou a Seleção da França na cobrança de pênaltis, após persistir o empate com o placar de 3 a 3 na prorrogação.
A conquista foi com total merecimento pois a Seleção Argentina soube se reinventar, após início manchado por uma derrota para a Seleção da Arábia Saudita. A equipe argentina foi crescendo e se firmando a cada etapa, mas sem a tranquilidade de uma equipe que se impôs aos adversários desde o princípio.
Sem repetir formações, o técnico Lionel Scaloni esbarrou em problemas de entrosamento no time, que quase eliminaram a Argentina. A partir das quartas de final a evolução da equipe tornou-se mais evidente, mostrando quase um espelho da atuação da final contra a França. Lembrando que permitiu o empate da Holanda, após ter o jogo praticamente definido por 2 a 0 e a decisão foi feita nos pênaltis. A diferença é que naquele jogo a Argentina foi menos dominante do que nessa final.
Já, na semifinal a Argentina foi mais coesa e não perdeu o controle do jogo. Mereceu a classificação, não só pelo placar de 3 a 0, que construiu contra a Seleção da Croácia, como também, pela facilidade tática demonstrada durante todo o jogo. Na partida final, o resultado a favor da Argentina pareceu estar definido por duas vezes, porém por persistência e qualidade individual de Mbappé, a França ressurgiu das cinzas, levando a decisão para os pênaltis.
Enquanto a Argentina foi mostrando crescimento linear na competição, a Seleção da França, mesmo com os desfalques que sofreu, se manteve organizada e não apresentou dificuldades para vencer os adversários, até a fase de semifinal. A partir daí, os franceses foram perdendo a identidade coletiva, influenciando na queda de performance que foi mais latente na partida contra a Seleção do Marrocos.
Por isso, o equilíbrio era esperado para essa final, porém a Seleção da França não conseguiu escapar ao domínio da Argentina até a metade do segundo tempo. Como os franceses não esboçavam poder de reação, a final da Copa parecia estar definida. Porém em intervalo inferior a cinco minutos, a França empatou o jogo, levando a partida para a prorrogação.
O cenário se repetiu, com a Argentina marcando o terceiro gol e a França empatando a partida, novamente. A decisão nos pênaltis premiou o time que conseguiu ser mais linear na maior parte do jogo. A Argentina converteu quatro pênaltis e a França somente dois, sendo pela terceira vez Campeã Mundial.
Na Copa do Catar, a Argentina tinha o atacante Messi como principal líder técnico, mas o protagonismo não pode ser individualizado. O coletivo da equipe foi se tornando mais letal, principalmente com o volante Enzo Fernández e o atacante Julián Álvarez. O atacante Di María, que esteve lesionado parte dos jogos, fez total diferença no jogo contra a França, dando verticalidade que a equipe não possuía em fases anteriores.
O goleiro Emiliano Martínez fez defesas importantes, inclusive nas cobranças de pênaltis. O meio-campista Mac Allister se tornou titular no decorrer da competição, qualificando a distribuição de jogadas. O volante Paredes e o atacante Lautaro Martínez foram importantes para a classificação da equipe nas eliminatórias, mas não tiveram atuação linear durante a Copa.
O esquema de Lionel Scaloni estava muito bem organizado, o que lhe permitia a mudança de peças sem perder a espinha dorsal tática da equipe, que tinha o objetivo de chegar ao gol adversário valorizando a posse da bola. Com Messi tendo total liberdade para flutuar em todos os setores, os jogadores estavam focados em deixa-lo mostrar toda sua genialidade.
O espírito aguerrido, que sempre foi marca do futebol argentino, também, esteve presente nessa Copa do Catar, diferentemente de participações anteriores, nas quais a Seleção Argentina tinha bom elenco em temos táticos, mas que se apresentavam desorganizadas e sem vibração.
Nessa Copa, a Argentina conseguiu aliar qualidade técnica, organização tática, determinação e garra de toda a equipe. Além, de Messi, a torcida argentina esteve, sempre, muito presente.