A proprietária, de 30 anos, e a funcionária, de 26 anos, acusadas de torturarem, agredirem e doparem crianças em uma creche de Naviraí – a 362 quilômetros de Campo Grande, foram filmadas em tempo real pela Polícia Civil, o que encorpou a denúncia e a investigação minuciosa durante essa semana.
As duas suspeitas foram presas em flagrante durante a manhã desta terça-feira (11) e foram autuadas pelos crimes de tortura qualificada e exposição da saúde de outrem à perigo.
Conforme divulgado pela polícia, câmeras foram instaladas no estabelecimento logo após a denúncia partir de uma criança com o intuito de captar as imagens e sons para que pudessem chegar até a realidade dos fatos.
Pelo monitoramento em tempo real verificou-se que a bebê estava em um colchão no chão, sozinha, e havia saído do travesseiro que estava, a investigada, brutalmente tirou a criança do colchão e a jogou no local em que estava.
Em seguida a bebê voltou a chorar, possivelmente por estar incomodada por fome, necessidade de trocar ou por estar cansada de ficar no mesmo lugar por muito tempo, momento em que a investigada novamente a pegou e jogou no colchão e também desferiu alguns tapas no corpo da bebê, nitidamente como castigo em virtude do choro.
Como eram captados imagem e som, foi possível ouvir a investigada chamar a bebê de sem vergonha e dizer quando a menina começasse a andar estavam lascadas. Imediatamente uma equipe foi ao local para intervir, enquanto outra equipe permaneceu analisando as imagens.
A equipe de investigadores estranhou o fato da bebê não se levantar do colchão e permanecer no local por horas, sem se arrastar, engatinhar ou andar, aparentando estar sob efeito de algum medicamento, pois seria normal que um bebê com 11 meses fosse agitado.
Em uma das imagens foi possível ver que uma funcionária, de 26 anos, ministrou algum remédio na mesma bebê, que dormiu por horas.
Pelas imagens tanto a proprietária quanto a funcionária, ambas cuidadoras no estabelecimento, ficaram por muito tempo sentadas, mexendo no celular, sem olhar efetivamente as crianças que lá estavam.