Nesta quarta-feira, 20 de março, começa o outono que deve ser marcado por estiagens em Mato Grosso do Sul. A previsão para este período é de chuvas reduzidas, que duram desde o fim de 2023 e que vai até o próximo trimestre, entre abril e junho. A escassez de precipitação deve ficar entre 40 e 60% abaixo da média histórica. Com esta projeção aumentam os riscos de acontecerem incêndios no Pantanal.
Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec) no outono os índices de precipitação acumulada sejam ainda menores do que durante o verão, já marcado pela falta de chuvas.
A situação intensifica o alerta relativo à ocorrência de incêndios florestais, especialmente no Pantanal. O bioma registra chuvas abaixo das medidas históricas desde novembro de 2023, situação que contribuiu para registros de incêndios nos meses de novembro e dezembro do ano passado, além de janeiro deste ano, quando normalmente os casos não ocorrem por conta do período típico de cheia e chuvas intensas.
O Cemtec também prevê que o trimestre seja “bem mais quente que o normal em Mato Grosso do Sul”, entre 70% e 100% acima.
“A combinação dos modelos mostra que as chuvas devem ficar abaixo da média histórica para o período de abril, maio e junho. Os dados coletados também mostram chuvas abaixo da média histórica em grande parte do Estado”, afirma o relatório do Centro de Monitoramento.
Os dados apontaram ainda que, no mês de fevereiro deste ano, as temperaturas máximas do ar ficaram entre 37°C e 40°C, evidenciando um trimestre mais quente que o normal.
A situação climática, de tendência de chuvas abaixo da média e temperatura do ar acima da média histórica, ainda está relacionada à atuação do fenômeno El Niño, que deverá apresentar um enfraquecimento gradual nos próximos meses.
As projeções de clima indicam uma transição para condição de neutralidade do fenômeno ENOS (situações nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño) ou mais frio (La Niña) do que a média normal histórica) para o próximo trimestre. Já no segundo semestre, os modelos apontam para uma probabilidade de ocorrência da La Niña.