A sala de estar inspira Calleri. Ao entrar, o visitante olha para a esquerda e observa um quadro de Diego Armando Maradona. Para a direita, abaixo da televisão, vários troféus individuais conquistados com a camisa do São Paulo. É dentro de casa que o centroavante se inspira para o “jogo da década”, um dos maiores da carreira deste argentino de 29 anos.
É este o peso que o Tricolor carrega para sábado, às 17h (de Brasília), contra o Independiente del Valle, na final da Copa Sul-Americana, em Córdoba. Em entrevista ao GE, Calleri estimou o tamanho do confronto na Argentina para o São Paulo.
– É o jogo mais importante da última década, dos últimos dez anos. Vai ser a primeira final internacional que o São Paulo vai jogar (neste período). É o jogo dos últimos dez anos não só pelo título, mas pelo que o São Paulo não consegue há anos, não conseguindo chegar perto de uma final. Temos oportunidade de virar história – disse o camisa 9.
O argentino diz que se imagina em campo contra o Del Valle, projeta lances nos momentos em que a cabeça está mais leve. O sonho final se ilustra com o troféu na mão por volta das 19h (ou 20h, caso a vitória não venha no tempo regulamentar).
– É um jogo que vai marcar o que é o Calleri para o São Paulo e o São Paulo para o Calleri. Acho que vai ter um dos jogos mais importantes que jogarei. É um jogo determinante, minha primeira final internacional, com muita vontade de vencer, acrescentou Calleri.
– Para tentar ser um pouco mais querido, preciso desse título como se fosse o último que vou ganhar na minha carreira – comentou.
O argentino se mostra ansioso para sábado, quando contará com o apoio de 55 familiares e amigos no estádio. A transferência da final de Brasília para Córdoba colaborou para a “Caravana de Calleri” comparecer em peso para a decisão contra o Del Valle.
Parentes e amigos alugaram casas na cidade e estarão ao lado do argentino naquele que pode ser o maior momento de sua carreira no São Paulo. O troféu no fim de semana pode abrir uma nova perspectiva para alguém tratado como ídolo por alguns, mas não pelo próprio.
– A palavra ídolo é muito forte. Ídolos são outros tipos de pessoas; acho que ídolo é o Raí, é o Rogério Ceni. É gente que jogou durante muito tempo e conquistou coisas muito importantes. Sou uma pessoa querida pelo que represento, sempre querer vencer, dar 100% pela camisa do São Paulo – afirmou.
– Sinto-me querido e sou grato ao torcedor, mas, para ser um pouquinho mais querido, preciso ganhar títulos com a camisa do São Paulo. Como falei, vai ser um jogo determinante para a minha carreira, mas estou longe de ser um ídolo. Tenho que ganhar títulos para que as pessoas gostem ainda mais de mim – acrescentou.
A conquista teria um peso individual, mas Calleri mira outro fator importante para motivar ainda mais o São Paulo no sábado: a permanência de Rogério Ceni.
Ciente das recentes declarações do ex-goleiro, que evitou confirmar a permanência para 2023, apesar de assinar a renovação de contrato há meses, o argentino espera presentear o grande ídolo são-paulino com o primeiro troféu como treinador no clube.
– Ele é o cara do clube, o grande ídolo, o treinador que pode nos ajudar a conquistar muitos títulos. Espero que a gente possa ganhar a Sul-Americana para ele ficar em 2023, seguir trabalhando e melhorando no dia a dia, como ele quer – discursou.